INTERVENÇÕES URBANAS DE DANÇA
Sobre o Tema
A partir da segunda metade do século XX, os artistas começaram a apropriar-se da possibilidade de intervir no mundo real e na cultura, irreversivelmente urbanos. Contestar formalismos e rejeitar rigores foi um dos objetivos das artes neste século e assim, diversas iniciativas artísticas realizadas fora dos museus e galerias, dos palcos e dos pedestais buscaram novas relações sócio-espaciais e consolidaram a idéia de intervenção urbana, desmontando de uma vez por todas a idéia clássica de arte baseada no consenso e possibilitando questionamentos e modificações na noção de público. Uma intervenção é normalmente inusitada e geralmente tem um caráter crítico, seja do ponto de vista ideológico, político ou social, referindo-se a aspectos da vida nos grandes centros urbanos.
Para a Dança não foi diferente. E neste contexto surgem Balanchine e o balé abstrato, Béjart e o Balé do Século XX, Cunningham e suas inovações tecnológicas na dança, Graham e sua inovadora técnica de dança moderna. No Brasil a dança invade as ruas com Marika Gidalli, em São Paulo, que consagrou a dança contemporânea por meio da Cia. Ballet Stagium e que entre tantas inovações foi a primeira a utilizar MPB na trilha sonora e criar espetáculos que podiam ser dançados em qualquer espaço físico.
A cada época da história da humanidade corresponde uma cultura técnica particular, e pode-se perceber que a forma técnica da cultura contemporânea é produto de uma sinergia entre o tecnológico e o social. Diante das transformações que a tecnologia vem trazendo para a sociedade, ressaltamos a influência disso nas manifestações culturais, tanto de entretenimento quanto artísticas. Essa influência transforma a maneira de criar, de receber e de interagir com produtos artísticos contemporâneos, bem como no registro e na memória artísco-cultural. Esta sinergia entre o tecnológico e o social e as transformações na arte contemporânea nos remete ao conceito de cibercultura. O termo cibercultura é relativamente novo, o conceito remonta à introdução e popularização de tecnologias computacionais de informação e comunicação, em particular da Internet e da Web que dão origem ao chamado ciberespaço. Dois fenômenos observados na sociedade contemporânea, no contexto de cibercultura e que estão inter-relacionados, são a popularização das Redes Sociais na Internet e os fenômenos de mobilização urbanos instantâneos denominados flash mobs.
As ações intervencionistas são voláteis, rápidas, não duradouras e efêmeras. Isto torna difícil coletar informações e material das ruas onde acontecem estas intervenções. Por outro lado, na internet, neste espaço virtual, os grupos intervencionistas encontram um local propício para guardar as imagens e idéias ocorridas em suas ações no espaço urbano, é uma fuga da efemeridade. Ali, eles alcançam um público maior e ganham, muitas vezes, até adeptos em outras cidades (MAZETTI, 2006).
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